segunda-feira, 15 de julho de 2013

Lola I

Era fim de novembro. Lola estava linda com seus cabelos novos. Eu não imaginava que minha vida mudaria tanto a partir daí. Novembro, sempre presente nas histórias de (amor?)! Lola troca poucas palavras comigo. Mas Lola me olha diferente de todas essas outras pessoas cansadas que não têm brilho no olhar. Lola tem brilho no olhar. Lola parece que tem uma caixinha de segredos guardada no olhar. Parece que guarda tristezas bonitas e alegrias esquisitas. Lola parece ser uma pessoa que sempre precisa estar apaixonada por alguém. E eu fui me encantando por Lola, mesmo ela achando que não. Não seria possível, né? Lola me chamava de sua banda preferida, por pura implicância. Será que isso significava alguma coisa? Não, claro que não! Assim como Lola, eu preciso sempre estar apaixonada por alguém. Assim como Lola, sou sentimental demais. É engraçado como Lola tem uma mania de se mostrar forte, mais forte do que realmente é. Eu leio os textos de Lola. São confusos, por vezes. Mas eu percebo que ela não é tão forte assim. Lola precisa de cuidado. Lola é delicada. Lola reparou coisas em mim que ninguém nunca tinha reparado. Como eu olho pra baixo, dou uma risada e desvio o olhar. O modo como reviro os olhos ao chamá-la de idiota. Meu jeito de respirar fundo quando ela diz algo que me agrada, ou me provoca. Lola me conhece, parece que até melhor que eu. Lola achava que eu me esquivava, que eu fugia. Mal sabia Lola, que eu já inventava desculpas para simplesmente vê-la. Lola não tem os mesmos gostos que eu, mas eu tenho os mesmos gostos que Lola. Eu gosto das músicas que Lola escuta, eu gosto dos versos que Lola lê. Gosto mesmo dos versos que Lola escreve. Lola escreve tão bem! Minhas palavras não soam tão bonitas quanto as de Lola. Mas eu gosto de escrever sobre ela. Escrever sobre Lola me acalma. Ah, Lola...

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