quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Estar em mim

 Tem sido difícil demais estar em mim

Mudei meu ciclo e a alegria foi renovada, para logo em seguida ser cancelada novamente. A instabilidade dos sentimentos é algo que sobrecarrega a minha mente. Choro, sangro, faço feridas no corpo e na alma. Nunca pensei que seria tão difícil estar em mim. 

Os ansiolíticos, os antidepressivos, as terapias, os livros de autoajuda, as orações, as pedras dos chakras. Nada disso resolve meu problema de morar dentro de mim no momento. Eu queria fugir pra um mundo que nem existe, onde a tristeza fosse apenas poesia e ao fechar as páginas do caderno a depressão sumisse. Mas não dá, e tem sido muito difícil estar em mim.

Hoje eu vou dormir com lágrimas nós olhos, a cabeça fazendo barulho mesmo com o silêncio lá fora. Não há paz dentro de mim.

Estar em mim tem sido difícil demais. 

sábado, 8 de agosto de 2020

odara

 odara 

pensei em escrever um conto

uma crônica 

tentei especificar o que eu iria escrever 

se seria na primeira pessoa, se estaria em terceira pessoa 

acho que me tornar de fato professora apagou minha paixão pela doçura dessa profissão e eu fico extremamente farta de qualquer coisa que precise pensar um pouco que seja. pensar cansa. seguir regras dói. mas é como dizem as regras foram feitas pra serem quebradas. e odara quer dançar, quer enfrentar o mundo com mais leveza. pra ficar tudo joia rara. 

é que odara se afundou no mal do século, naquela segunda fase do romantismo, aquela melancolia toda, aquele sofrimento intenso. é muito difícil doer tanto, é muito difícil sentir tanto. o meu amor próprio ficou escondido por tempo demais. preciso de forças internas. preciso cantar pro mundo ficar odara. preciso sonhar sonhos novos. pra odara poder voltar a sorrir. 

mas aí eu resolvi visitar minha casa, meu canto de novo. e meu canto é tão eu. e mesmo que tenha muito dela em odara, há muito mais de odara em odara. eu demorei pra voltar porque eu estava com medo. e descobrir que eu estava com medo não foi um processo muito rápido. a verdade é que sem a terapia eu não sei nem onde eu estaria. 

furei minha pele, secaram as minhas lágrimas, eu fiz feridas em mim. eu quis sumir, eu quis não existir. se odara está bem? não saberia dizer por ela, mas eu hoje estou bem. já faz uns dois dias que eu estou bem. que voltei pra minha casa e reaprendi a me amar. não sei se vai durar, mas eu preciso aceitar que a casa dela é lá, e que isso não muda nada. ninguém vai morrer por isso. 

queria escrever esse texto de tantas formas, e acabei vomitando letras como se não tivesse foco nenhum para seguir. na verdade eu acho que realmente estou sem foco. quis começar tantas coisas e não tive força pra escolher o caminho novo a seguir. preciso trabalhar isso com a psicóloga. 

desabafos

odara se salvou porque resolveu voltar a amar sua própria companhia. espero que dê certo.


sexta-feira, 17 de julho de 2020

panic

De repente ela travou. Não conseguia pensar. Não conseguia agir. Foi tomada pela ansiedade, angústia, depressão. Naquele instante ela percebeu. Não quero! Não quero!  Tudo que ela conseguia dizer. 
As lágrimas escorriam em seu rosto na mesma velocidade que seus pensamentos a sufocavam. O que é isso? Que sensação é essa? Por que isso está acontecendo comigo? As perguntas na sua cabeça não se calavam. Como uma invasão de propriedade. Sua inquietude se transformou em dor. Dor no corpo, dor na alma. Ninguém pode encostar em mim, ninguém pode encostar em mim. Fala com ela, eu não consigo. E as lágrimas continuavam a rolar em seu rosto. Preciso conseguir respirar. 1. 2. 3. Shhhhh. 1. 2. 3. 4. 5. Ahhssss. Um passo de cada vez, um passo de cada vez. Lembrando-se de cada conselho. Milhares de pensamentos por segundo. Respira, tá passando. Vai passar. Foi. sobreviveu mais uma vez. E então ela questionou o que a vida fez e o que ela fez da vida. Ela é ou ela quer ser? Ela foi ou ela quer ir? Tudo que ela consegue é pensar me abraça devagar me beija e me faz esquecer. Obrigada. 

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Eu não aguento mais estar em mim. A culpa que eu carrego e não tenho tá pesada demais. Não há paz. Quem me dera voltar num tempo onde tudo era simples, e o meu sorriso era fácil. Quem me dera voltar na semana passada onde eu conseguia levantar da cama sem que uma lágrima escorresse do meu olho. Nunca pensei que fosse tão difícil ser triste. Ser não, estar. Vai passar. Vai ficar tudo bem. Eu preciso repetir e acreditar que vai ficar tudo bem. É um momento. Não tá fácil pra ninguém. Minha alegria foi cancelada. Essa semana. Esse mês. Meu humor sempre combinando com a estação. Arrumei uma nova característica pra mim. Covarde. Essa foi a sensação que me corroeu por dentro. Chorei tanto que conseguiria alagar a cidade inteira. Tá foda. Vai passar. Eu até perdi as letras. Vai passar.

sábado, 27 de junho de 2020

I'm back, bitch

Eu não lembrava nem o seu nome. Tentei escrever em todos os lugares possíveis. Não deu. Ela me lembrou de você. Eu vim aqui, e vi que nossa relação começou em 2010. 10 anos se passaram, e eu só te visito em dias não tão bons assim. Esse é mais um dia não tão bom assim. Mas tanta coisa mudou, que você deve estar se perguntando o que me fez voltar. Acontece que meus dedos se calaram por muito tempo, e eu acho que só consigo liberar o que sinto por aqui. Fiquei longe por quatro anos. Nesses quatro anos eu descobri tanto sobre mim. Descobri que realmente não se pode definir o amor. Descobri que tenho mais força do que eu imaginava. Descobri que sou mais triste do que eu imaginava também. Perdi muitas pessoas nesse tempo. Perdi pra vida, mas também perdi pra morte. E eu sempre tive dificuldades em lidar com a morte, você sabe. Mas nem tudo foi ruim. Lembra que eu falava que eu teria chorado lágrimas doces se ela tivesse ficado? Pois é, ela não ficou. E eu chorei como nunca imaginara. As lágrimas não foram doces. Doeu, doeu demais. Eu precisei de ajuda pra levantar. Um alguém teve que segurar muito forte em minha mão pra que eu conseguisse continuar. Mas eu continuei, e fui feliz. Fui feliz demais. Dancei, gritei, suei, bebi, fumei, transei, chorei, viajei, dancei mais, cantei, brinquei, fiz de tudo um pouco (apenas aquilo que eu realmente queria fazer). Foi ótimo. Até que ela voltou kkkkkkkkkkkkkkk eu ri assim mesmo quando isso aconteceu. Quem imaginava? Muita gente, mas eu não. Eu falo mais sobre ela depois, mas a volta dela pôs tudo em ordem algumas coisas. E bagunçou outras. Inclusive, apenas um detalhe, quando ela voltou ela disse que não queria me bagunçar. Eu só pensei naquela música "você me bagunça e tumultua tudo em mim". Mas essa bagunça eu amo. A nossa bagunça. Agora todos aqueles planos que eu imaginava fazer com ela, eu estou concretizando. E o cuidado dela por mime encanta e enamora a cada dia. 
Enfim, eu voltei. Eu estava precisando voltar. Que bom que te achei.
Até breve,
Rúbia.