sábado, 8 de agosto de 2020

odara

 odara 

pensei em escrever um conto

uma crônica 

tentei especificar o que eu iria escrever 

se seria na primeira pessoa, se estaria em terceira pessoa 

acho que me tornar de fato professora apagou minha paixão pela doçura dessa profissão e eu fico extremamente farta de qualquer coisa que precise pensar um pouco que seja. pensar cansa. seguir regras dói. mas é como dizem as regras foram feitas pra serem quebradas. e odara quer dançar, quer enfrentar o mundo com mais leveza. pra ficar tudo joia rara. 

é que odara se afundou no mal do século, naquela segunda fase do romantismo, aquela melancolia toda, aquele sofrimento intenso. é muito difícil doer tanto, é muito difícil sentir tanto. o meu amor próprio ficou escondido por tempo demais. preciso de forças internas. preciso cantar pro mundo ficar odara. preciso sonhar sonhos novos. pra odara poder voltar a sorrir. 

mas aí eu resolvi visitar minha casa, meu canto de novo. e meu canto é tão eu. e mesmo que tenha muito dela em odara, há muito mais de odara em odara. eu demorei pra voltar porque eu estava com medo. e descobrir que eu estava com medo não foi um processo muito rápido. a verdade é que sem a terapia eu não sei nem onde eu estaria. 

furei minha pele, secaram as minhas lágrimas, eu fiz feridas em mim. eu quis sumir, eu quis não existir. se odara está bem? não saberia dizer por ela, mas eu hoje estou bem. já faz uns dois dias que eu estou bem. que voltei pra minha casa e reaprendi a me amar. não sei se vai durar, mas eu preciso aceitar que a casa dela é lá, e que isso não muda nada. ninguém vai morrer por isso. 

queria escrever esse texto de tantas formas, e acabei vomitando letras como se não tivesse foco nenhum para seguir. na verdade eu acho que realmente estou sem foco. quis começar tantas coisas e não tive força pra escolher o caminho novo a seguir. preciso trabalhar isso com a psicóloga. 

desabafos

odara se salvou porque resolveu voltar a amar sua própria companhia. espero que dê certo.