segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Vazia

E eu vou ficando vazia. E isso vai incomodando, incomodando, incomodando. Estar vazia é a pior coisa que existe, acredito. Falta algo, falta alguém, falta amor, falta raiva, falta ansiedade, falta paz. Estar vazia faz até o nada parecer belo. E esse vazio não se vai, desde que o que me tornou vazia se foi. Não foi algo, não foi alguém, não foi amor... O que foi? Não sei, tá vazio, nem a razão mora mais aqui. Talvez essa seja uma diferença entre a tristeza e o vazio: tristeza é a emoção que tá morrendo, a razão não se move; vazio mata tudo, ou tudo morre pro vazio. Será? Fico confusa, estou confusa, sou confusa. Pra suprir o vazio, tento me encher de prosas e poesias. Prosas desprosadas, poesias despoetisadas. Não há coerência, não há rima. Em tudo só há uma coisa em comum: nada me enche. No fim das contas, percebo que existe apenas uma coisa que possa preencher esse vazio. Não, eu não posso falar.

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